A história da Estação Barro, atual município de Gaurama, têm estreita relação com a ferrovia São Paulo – Rio Grande. Nos primeiros anos do século XX, no entorno dos caminhos de ferro e de sua estação, nasceu a Colônia Barro, que durante cerca de quatro décadas centralizou a movimentação de migrantes e imigrantes atraídos por duas formas de colonização, que faziam a comercialização de terras: a Comissão de Terras e a Empresa Colonizadora Luce Rosa.
Em 1908 foi criada a Colônia Erechim pelo governo positivista de então, - a qual pertenceu Barro – justamente para organizar a venda de lotes rurais, já que a ferrovia surgia como grande possibilidade de transporte de imigrantes. No espaço coberto de matas no norte do Rio Grande do Sul, a partir de então, iniciam-se trajetórias históricas de ocupação e exploração, de vivências várias, coordenadas pela chegada e partida dos trens.
A partir da chegada dos trilhos, o local teve características próprias e um ritmo acelerado que, logo após 1910, significou algo mais que apenas uma estação ou parada dos trens. Quando a Comissão de Terras pretendeu demarcar ordenadamente os lotes para o perímetro urbano de Barro, boa parte dos terrenos próximos à área da estação estava já ocupada, sem prévia planificação. Por essa razão, também diferentemente de outros municípios, a estação ferroviária centralizou o ordenamento urbanístico, que foi ao longo dos trilhos, conformação que permanece até a atualidade.
A estação Barro foi um centro de abastecimento de água e lenha para as marias-fumaças, e tinha a necessidade de amplos espaços para depósito, bem como para a madeira destinada à exportação, que ficava estocada perto da estação aguardando os vagões.